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US Navy x Marinha Russa

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US Navy x Marinha Russa

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O mundo acompanha ao recrudescimento das tensões diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia. Segundo alguns analistas, a conjuntura atual assemelha-se a uma nova Guerra Fria.
Dentre os diversos temas de discordância entre os governos americano e russo está a Guerra Civil Síria, onde Moscou apoia a permanência do regime de Bashar Al-Assad no poder e Washington os grupos rebeldes que defendem a transição política.
Como um capítulo à parte na história do conflito, no início do mês, navios de guerra americanos situados no Mar Mediterrâneo dispararam uma série de 59 misseis “Tomahawk’ contra um aeródromo sírio. Em resposta, uma fragata russa foi enviada para o Mediterrâneo, elevando as preocupações quanto ao risco de um embate militar envolvendo as duas potências.
Na esteira das discussões sobre um eventual conflito russo-americano, Diário de Bordo realiza uma comparação do poderio naval de ambos os países, oferecendo ao leitor uma ligeira ideia das forças em jogo.
Alheio a considerações de ordem política, o levantamento pretende apenas expor os recursos navais de cada lado em disputa e tampouco se propõe a estabelecer possíveis cenários de um hipotético confronto.

Os investimentos na ‘US Navy’

Em 2 de fevereiro de 2016, Ashton Carter, então Secretário de Defesa dos Estados Unidos, anunciou que o total das verbas destinadas para as despesas militares para o ano fiscal de 2017 estava estimado em US$ 583 bilhões. O valor astronômico não somente mantém os Estados Unidos no primeiro lugar em gastos militares, como representa a soma dos orçamentos de defesa de outros sete países do topo da lista, quais sejam, na ordem, China, Rússia, Arábia Saudita, Reino Unido, India, Alemanha e Japão.
A partir de um pedido da Marinha dos Estados Unidos ao Congresso, solicitando um aumento de verbas calculado em US$ 172 bilhões para o ano de 2010, pode-se estimar que atualmente a ‘US Navy’ receba cerca de 1/3 do orçamento de Defesa. Geralmente, os recursos direcionados à Marinha norte-americana são empregados em cinco setores principais:

1 – Aquisição de aeronaves, navios, armas, munições e equipamento de apoio ao Corpo de Fuzileiros Navais (USMC – United States Marine Corps);
2- Pagamentos;
3- Operações e manutenção; 4- Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias;
5- Construção militar e infraestrutura.

À título de comparação, apenas o orçamento da ‘US Navy’ para pagamento de seus militares, US$ 44 bilhões, em 2010, equivale aproximadamente ao total dos gastos militares da Alemanha ou da India, respectivamente, US$ 46,5 bilhões e US$ 50 bilhões, em 2016.

Emblema do Departamento da Marinha dos Estados Unidos da América

O poderio naval norte-americano

Com 323,700 militares, 430 navios e 3700 aviões, a Marinha dos Estados Unidos é a maior e mais eficiente força naval do mundo.
O marco do poderio naval norte-americano foi um ambicioso programa de construções de navios, conhecido como Ato Naval de 1916.
Todavia, somente após a II Guerra Mundial a ‘US Navy’ alcançou sua condição hegemônica.
Por razões estratégicas, os Estados Unidos mantém em operação 11 superporta-aviões, dez da Classe Nimitz e um da Classe Gerald R. Ford, todos com deslocamento acima de 100.000 toneladas, propulsão nuclear e capacidade para carregar entre 85 e 90 aeronaves de asa fixa (incluindo 40 caças F/A-18) e helicópteros.
Para se ter ideia do que o número representa, as demais marinhas do mundo operam atualmente 9 porta-aviões.
Os superporta-aviões da ‘US Navy’ em operação ao redor do mundo são:
Nimitz (comissionamento em 1975), Dwight D. Eisenhower (1977), Carl Vinson (1981),
evelt (1986). Abraham Lincoln (1989). George Washington (1992), John C. Stennis (1995), Harry S. Truman (1998), Ronald Reagan (2003), George H. W. Bush (2010) e Gerald R. Ford (2016).
Cada superporta-aviões lidera uma formação denominada na Marinha dos Estados Unidos de carrier strike group (CSG).
Além do porta-aviões, cada carrier strike group é composta por 1 cruzador, 2 destroieres, 1 ou 2 fragatas, 2 submarinos nucleares e vários navios de suprimento e apoio logístico. Cerca de 8000 militares integram cada formação.
Os navios que compõem os strike groups são armados com misseis antiaéreos, capazes de evitar a aproximação de aviões inimigos, além de sistemas antimisseis. Os submarinos protegem o seu grupo dos ataques de outros submarinos e, ao mesmo tempo, mantém afastados os navios inimigos.

O ‘USS Carl Vinson’ (CVN-70) navegando no Oceano Pacífico, em 31 de maio de 2015. O superporta-aviões foi enviado recentemente para a península coreana

Além dos 11 superporta-aviões, a Marinha dos Estados Unidos opera:


10 navios de assalto anfibio (a maior frota do mundo na categoria)
30 fragatas 21 navios de desembarque de tropas 60 destroieres (a maior frota do mundo na categoria) 22 cruzadores (a maior frota do mundo na categoria)
2 corvetas
14 navios anti-minas 100 navios de patrulha (a maior frota do mundo na categoria) 18 submarinos nucleares lançadores de misseis balísticos (a maior frota do mundo na
categoria) 53 submarinos de assalto (a maior frota do mundo na categoria)
Navios de treinamento, abastecimento, pesquisa e outros não armados foram excluídos da lista.

O ‘USS George Washington’ em exercícios no mar do Caribe, liderando uma formação carrier strike group, em 29 de abril de 2006

A Marinha da Rússia


Contando com 140.000 militares ativos, 270 navios e 350 aviões, a Marinha da Rússia é a segunda maior força naval do mundo, compreendendo atualmente a Frota do Norte, a Frota do Pacifico, a Frota do Mar Negro, a Frota do Báltico e a Flotilha do Mar Cáspio.
Durante a década de 1990, a marinha sofreu com os cortes orçamentários decorrentes da dissolução da União Soviética. Entretanto, a partir do ano 2000, com a subida de Vladimir Putin ao poder, readquiriu seu prestigio e poderio.
De acordo com informações do site Global Firepower, que investiga anualmente as forças armadas de 125 países, o orçamento de Defesa da Rússia em 2016 foi de US$ 47 bilhões. Estimando-se que cerca de 1/3 do montante é destinado à Marinha de Guerra, pode se supor que a marinha russa receba atualmente verbas anuais de pouco mais de US$ 15 bilhões, soma modesta se comparada aos mais de US$ 150 bilhões que o Congresso americano destina à ‘US Navy’. Apesar da exorbitante diferença de investimentos que a distanciam da maior potência naval do mundo, a Marinha da Rússia é armada com modernos submarinos nucleares, fragatas e porta-aviões, ocupando atualmente maior espaço no cenário geopolítico, tal como verificado na Guerra na Síria.

Emblema da Marinha da Rússia

O poderio naval russo


A Rússia possui apenas um porta-aviões em operação, o ‘Admiral Kuznetsov’. Construido para a marinha soviética, foi comissionado apenas em 1991, sendo o único da Classe Kuznetsov. Com tripulação de 1993 homens e deslocamento de 43.000 toneladas, o ‘Admiral Kuznetsov” é movido a turbinas a vapor, podendo comportar entre 41 e 52 aeronaves. Na operação militar russa na Síria, o porta-aviões foi deslocado da base de Severomorsk para o mar Mediterrâneo, liderando um grupo naval composto pelo cruzador nuclear pesado “Piotr Velikiy’ e pelos destroieres antissubmarinos ‘Severomorsk’ e ‘Vitse-Admiral Kulakov’.
Durante as operações na Siria, as forças armadas russas perceberam algumas falhas na operacionalidade do “Kuznetzov”. De acordo com uma fonte da indústria da Defesa russa, enquanto num porta-aviões americano três aviões podem decolar num minuto, o ritmo de partidas no ‘Admiral Kuznetsov” é de alguns minutos. Por razões deste tipo, recentemente, a imprensa oficial russa anunciou que o país planeja construir um superporta-aviões com tripulação de 4000 militares e capacidade para transportar cem aeronaves, entre caças e bombardeiros. Batizado de ‘Shtorm’, o projeto foi inscrito no plano de despesas militares de 2019 e custará entre 6 a 17,5 bilhões de dólares. Caso as expectativas se cumpram, em 2030, a Rússia poderá colocar em serviço o maior porta-aviões do mundo, claramente numa tentativa de rivalizar com os norte-americanos da Classe Nimitz.

O ‘Admiral Kuznetzov’, o único porta-aviões em operação da Marinha Russa, em foto de 2012


Além do porta-aviões ‘Admiral Kuznetsov’, a Marinha da Rússia opera:


1 navio de assalto anfibio
10 fragatas 11 navios de desembarque de tropas
16 destroieres
4 cruzadores 81 corvetas (a maior frota do mundo na categoria) 42 navios anti-minas (a maior frota do mundo na categoria)
68 navios de patrulha 16 submarinos nucleares lançadores de misseis balísticos
32 submarinos de assalto

O cruzador nuclear ‘Pyotr Velikiy’, da Classe Kirov, ancorado no porto de Tartus, na Síria. O governo sírio cedeu à Rússia o porto de Tartus, no Mediterrâneo, como base naval durante os próximos 49 anos, através de um convênio assinado entre os dois países, em janeiro de 2017

Conclusão


Na análise fria dos números, a Marinha dos Estados Unidos ocupa uma posição muito superior à Marinha Russa em recursos orçamentários, humanos e materiais. Das onze principais categorias de embarcações acima relacionadas, a ‘US Navy’ leva acentuada vantagem em oito, quais sejam, porta-aviões, navios de assalto anfíbio, fragatas, navios de desembarque de tropas, destroieres, cruzadores, navios de patrulha e submarinos de assalto. Somente em duas categorias a marinha russa supera a marinha norte-americana: corvetas e navios anti-minas. Em particular a frota de mais de oitenta corvetas demonstra uma grande capacidade russa na defesa costeira.
Um ponto de equilíbrio entre russos e norte-americanos está nos submarinos nucleares lançadores de misseis balísticos, operados atualmente por um seleto grupo de cinco países, entre os quais, China, França e Inglaterra. Desde a Guerra Fria, os submarinos desta categoria passaram a representar um papel de suma importância na estratégia das grandes potências.
Além da questão orçamentária, a grande diferença no número de navios de norte americanos e russos, sobretudo no referente a porta-aviões (11×1), deve-se também a razões geográficas e geopolíticas.
Fazendo fronteira com apenas dois países (Canadá e México) e apresentando duas extensas faixas costeiras banhadas pelo Atlântico e o Pacífico, Os Estados Unidos despertaram desde cedo para sua vocação marítima e, principalmente após a Guerra Civil (1861-1865), reconheceram a necessidade de possuir uma poderosa força naval, a qual se consolidou no século XX com a decisiva participação da ‘US Navy’ nas duas guerras mundiais.
Geopoliticamente, a partir do início da década de 1990, com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos afirmaram-se como única superpotência mundial, aumentando sua presença militar ao redor do globo e realizando diversas intervenções em áreas de conflito, atividades que exigiram crescentes investimentos na ampliação da frota da ‘US Navy”.

As forças navais da OTAN e da Rússia no mar Mediterrâneo, no final de 2013. Atualmente, abril de 2017, ambos os lados aumentaram sua presença na região

Quanto à Rússia, deve-se considerar sua grandeza territorial, que abrange os continentes europeu e asiático, limitando-a com 14 países: Noruega, Finlândia, Estônia, Letônia, Bielorrússia, Lituânia, Polônia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Mongólia e Coréia do Norte. Além disso, o país situa-se próximo aos Estados Unidos (estado do Alasca). Suécia e Japão, dos quais se separam por trechos de mar relativamente curtos.
Desse modo, compreende-se a prioridade russa nos investimentos no Exército, ocupando a Marinha um papel estratégico secundário, embora sempre relevante. Atesta o fato a única categoria de todas as áreas e ramos militares em que a Rússia encontra-se muito à frente dos Estados Unidos, os blindados, onde russos operam 15.000 veículos e os norte americanos 9.000.
Para finalizar, cumpre lembrar que a crise econômica verificada após a fragmentação da União Soviética determinou a redução da influência russa no cenário geopolítico mundial e os consequentes cortes orçamentários da Marinha durante toda a década de 1990.
Entretanto, há pelo menos 15 anos a Rússia reafirma-se como grande potência, mantendo em operação uma marinha poderosa e digna de respeito.

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